Funcionários da Itabira Agro-Industrial (Nassau) estão há três meses sem receber

A empresa deve os meses de novembro, dezembro e o décimo terceiro salário. A reportagem do Jornal FATO fez contato com a empresa, mas a pessoa que poderia falar sobre o assunto estava viajando!
Trabalhar e não receber. Esta é uma sequência que descontrói a dignidade de quem a busca. E é esta realidade, que atinge diretamente a sobrevivência dos lares, que vive alguns funcionários da empresa Nassau, em Cachoeiro de Itapemirim.

Apesar dos prejuízos já extremos, uma vez que tem empregado da empresa recebendo o mês de novembro ‘picotado’, esses profissionais temem retaliações e, por isso, pediram para a reportagem não revelar as suas identidades.

Diante dos relatos, há chefe de família recorrendo à doação de cesta básica da igreja da comunidade. Em outro caso, foi necessário enviar a filha para morar temporariamente na casa dos pais, no interior, devido à baixa no estoque alimentício da casa. Há também empregado da empresa que, sem condições de honrar o aluguel onde morava, reside na garagem da residência de parentes.

“A empresa não paga e não demite. Estamos vivendo uma situação desumana, e o sindicato não faz nada. Estes atrasos acontecem há mais de um ano”, disse a esposa de um funcionário, que também não quis se identificar.

A empresa deve aos seus colaboradores o mês de novembro (sendo pago em partes), dezembro e o 13º salário. Esta informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cimento e da Construção Civil, Terraplanagem e Pavimentação do Sul do Estado do Espírito Santo (Sintraconst), Francisco Azevedo Amorim.

A reportagem fez contato com a Nassau, porém a informação era de que pessoa responsável pelo setor e que poderia falar sobre o tema estava em viagem. A atendente não tinha autorização para informar o contato.

Sindicato diz que age como “bombeiro”
O sindicato dos trabalhadores do ramo da indústria de cimento afirma que vem conversando com a empresa.
O presidente do Sintraconst, Francisco Azevedo Amorim, afirmou que vem conversando com a empresa e que age como “bombeiro quando a situação esquenta”. Mas, até então, as tentativas do sindicato viraram cinzas.

“Há o problema da crise financeira enfrentada pela empresa, e agimos de uma forma para preservar o emprego. Nós conversamos e tentamos resolver a situação”, falou Francisco por telefone.

Há pouco tempo, funcionários da Flecha Branca, por muito menos, impediram a saída dos ônibus da garagem por causa de um dia de atraso no pagamento de uma parcela do 13º salário. Como já escrito, na Nassau são três ordenados fora da conta bancária de quem trabalhou.


Uma esperança que pode ressurgir como a fênix é almejada na audiência marcada no Ministério Público para debater a situação. O encontro será no dia 1º de fevereiro, segundo Amorim, com a participação do sindicato e de representantes da empresa.

Fonte e Data da Publicação Original: Publicado no site JORNAL FATO em 28/01/2017



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