Nassau não cumpre decisão da Justiça e continua a atrasar pagamentos

Apesar da Justiça determinar o pagamento, funcionários da fábrica de cimento alegam que continuam com salários atrasados. Funcionários da fábrica afirmam que passam necessidades por atraso nos salários.
Mais uma vez a Itabira Agro Industrial S/A, dona da fábrica de cimento Nassau, não cumpriu decisão judicial e atrasou o pagamento dos cerca de 600 funcionários. No entanto, o juiz retirou a multa de mais de R$ 1,8 milhão que havia sido estabelecida anteriormente em caso de descumprimento.

Funcionários afirmam que estão com salários atrasados desde dezembro. A empresa também não teria pago o 13º salário e muitos não receberam as férias. Em março, a Justiça parcelou os atrasados e mandou que a empresa passasse a pagar em dia a partir daquele mês, porém isso não vem ocorrendo.

Com a retirada da multa, explicou o advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst-ES), Bruno Fajardo, a Justiça deixou os empregados sem uma ferramenta para cobrar da empresa o cumprimento da decisão, uma vez que não há qualquer penalidade.

A expectativa do sindicato e dos empregados é que todos os valores pendentes sejam pagos com a venda, por meio de leilão público, de dois terrenos da empresa, um em Viana e outro em Linhares, no Norte do Estado.

A situação dos trabalhadores é preocupante. Há casos de funcionários pedindo cestas básicas em igrejas, com contas de luz e água desligadas e aluguéis de imóveis em atraso.

A reportagem não conseguiu falar com os representantes da empresa.

Fique por dentro

Após vários meses de vencimentos em atraso e ameaças de greve, a Justiça determinou audiência no dia 23 de março entre as partes. Como não houve acordo, o juiz Geovany Cardoso Jeveaux estabeleceu que a empresa deveria pagar os salários atrasados em até 24 parcelas e que quitasse também 65% do vencimento de fevereiro.

O juiz mandou ainda que a empresa passasse a pagar mensalmente, até o mês subseqüente, 100% dos salários de quem ganha até R$ 2 mil. A partir desse valor, o pagamento ficaria em 65% (acima de R$ 2 mil a R$ 4 mil) e em 60% (acima dos R$ 4 mil).

Porém, segundo o advogado, nem isso está sendo cumprido. A empresa chegou a pagar um mês dentro do prazo, mas começou a atrasar nos meses seguintes.

Na ocasião, para evitar descumprimentos, a Justiça havia estabelecido multas que variavam de R$ 3 mil a R$ 4 mil por cada um dos 600 trabalhadores caso a empresa não pagasse no prazo estabelecido, o que daria mais de R$ 1,8 milhão. No entanto, na sentença, o juiz retirou o valor da multa.

Fonte e Data da Publicação Original: Publicado no site JORNAL FATO em 03/06/2017



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